*** ENTRELINHAS ***

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Folha de Papel ...

És folha de papel …
Paciente dos meus porquês
Atenta, aceitas os meus devaneios
Sem perguntar, respondes sem receios
Aos erros que um dia cometi

Mas és folha de papel…
Apenas o refúgio das minhas contradições
Muro das minhas lamentações
Disfarças a tristeza de um sentir
Riscando a verdade e fingir

Mas és, a "Minha" folha de papel …
E a ti confesso a minha vontade de gritar
És a chave para o meu libertar
Peço … Vai e traz de uma vida sem viver
A mensagem que sempre quis ler



quinta-feira, fevereiro 09, 2006

LE CANCRE

Il dit non avec la tête
Mais il dit oui avec le cœur
Il dit oui à ce qu'il aime
Il dit non au professeur
Il est debout
On le questionne
Et tous les problèmes sont posés
Soudain le fou rire le prend
Et il efface toutLes chiffres et mes mots
Les dates et les noms
Les phrases et les pièges
Et malgré les menaces du maître
Sous les huées des enfants prodiges
Avec des craies de toutes les couleurs
Sur le tableau noir du malheur
Il dessine le visage du bonheur
JACQUES PREVERT
“Tinha apenas 8 anos quando li e decorei este poema, nunca o entendi muito bem, mas sabia que algo me queria dizer …. Foi preciso conhecer um miúdo com a mesma idade, daquela que tinha na altura, para repensar e conseguir ler o sentir para além das palavras … Hoje, entendo-o mas falta-me coragem para “Sur le tableau noir du malheur, dessiné le visage du bonheur”. Mas acredito, que nunca é tarde demais!!!
Paulo P.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Puta de Vida …

Puta de vida, ordinária e vadia
Dás prazer ao corrupto do dia
És Boémia, fugaz e passageira
Seduzes, mas não passas de uma rameira

Puta de vida, sempre com duas soluções
Algemas, para manter as tuas opiniões
Quero deixar-te mas não tenho coragem
Previno para não lamentar esta passagem

A tristeza que reflectes no meu olhar
Vida que me dás vontade de chorar
Escondes o que resta de mim
Mas és Puta, mesmo assim …

Quero encontrar-me com o teu senhor
Perguntar-lhe o que foi feito do Amor
Dizer-lhe o que penso desta alienação
Quero saber o que tem ele contra o meu coração

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Descoberta …

Navego só com a minha tripulação de desejos
Sobre os rios, mares, e oceanos de fantasia
Procurando a terra prometida, abençoada e merecida
Comandante desta caravela de magia
O vento que sopra nas velas do meu coração
Guia com razão o leme desta paixão
Que imola o Amor com a verdade
Nos momentos que arde de saudade
Oh Meu Deus! Vislumbro-me ao ver-te ao longe
Deitada sobre o lençol de seda, azul do mar
Amanhecido no calor da noite
Virgem esperando o meu desembarcar
Imponente, graciosamente nua e perfumada
Olho o teu corpo de costa a costa
Colinas que quero descer, tocar e sentir
Banhar-me na lagoa do teu transpirar
E rodar sobre ti e não parar …
Ouvir o gemido de um rouco sussurrar
Que me refresque a angustia de não falhar
E que antecipe a hora de atirar a ancora ao mar

Assim que chegar
Quero aninhar-me ao teu lado
Sentir o sabor dos teus lábios, e lembrar
Flores de mel no teu beijar,
Olhar-te nos olhos, em silêncio
Penetrar a tua alma num doce sentir
Agarrar-te as mãos ate este mundo se abrir
E deixar fluir devaneios de prazer
E no fim dizer … Ofegando no calor …
Adoro-te meu Amor!