*** ENTRELINHAS ***

segunda-feira, julho 31, 2006

Imaginarium

Fecho os olhos, e espero o abraço do vento
Sinto o sabor à maresia, que me faz levitar
Aperto com força a crina, sem dor ou lamento
E voou no dorso do Imaginarium, sobre o mar

Perco-me na ilha dos amores, doce chamamento
Chamamento que Camões quis acreditar
Mas creio no paraíso perdido, com alento
Onde Fernão Capelo Gaivota aprendeu a voar

Lá onde tudo dança ao som do querubim
Olho as sereias sorrirem versos para mim
Mas sinto-me triste por beijar esta quimera

Encontrar-te-ei em qualquer porto de abrigo
Longe do mundo ou de qualquer castigo
Contemplando o pôr-do-sol no silêncio da espera

sexta-feira, julho 28, 2006

A dor da verdade.

Sinto o tremor, cerro os dentes e escuto
A mensagem que o vento norte, denúncia
Prenúncio de má sorte, sinal de luto
Negro sorriso, com toque de ironia

Silencio o meu sentir, sentido oculto
Sem promessas ou juras, Alma vazia
Quem não crê na mentira é astuto!
Quem não crê na verdade tem cobardia!

Quanto mais grito, menos ouves ou queres ouvir
Das verdades amarradas vazando elixir
Com lágrimas de sangue, qu' acalmam a ira

Assim, padeço desonrado com meu pensar
Com a infinda dor, que me faz chorar
Sempre que a verdade se torna mentira ...

quarta-feira, julho 26, 2006

Por ti.

No teu olhar eu nasci prá eternidade
Linhas de vida traçadas onde cresci
No teu peito adormeci, sem vaidade
Em segredos escondidos, que jamais vivi

Da tua voz ouvi murmúrios de cumplicidade
Cânticos cantados, que nunca esqueci
No teu beijo senti o sabor da saudade
Saudade de um dia ser tudo para ti

Mas o silêncio que entoa dentro de mim
Com devaneios, sem principio nem fim
Moribundo sentido que me faz padecer

Mas se Amar é muito mais que gostar
E quem Amou nunca deixará de Amar
Esperarei por ti, até minh’ alma morrer